TERRA/ DEZ 23 Qual melhor sabonete para pele no verão?

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O verão é a estação do ano em que os cuidados com a pele devem ser redobrados. Isso porque os raios solares podem deixar a pele mais sensível e oleosa, além de aumentar o contato com as impurezas externas, aumentando também a sudorese. Por isso, em qualquer época do ano, mas especialmente nos meses mais quentes, o principal passo de cuidado diário com a pele é a sua higienização. Então, é fundamental saber escolher o sabonete certo.

A limpeza da pele evita o acúmulo de oleosidade e resíduos de produtos, poluentes e poeira. Estes problemas, por sua vez, causam a obstrução dos poros e o aparecimento de cravos e espinhas, além de contribuir para o envelhecimento precoce. Por isso, a utilização do sabonete correto é de extrema importância para cuidar da pele. Hoje há diversas possibilidades e opções de produtos disponíveis no mercado.

Como escolher o sabonete certo para a pele no verão
Segundo a mestre em Ciências Farmacêuticas pela USP e consultora em desenvolvimento de dermocosméticos, Karina Soeiro, as opções do produto vão desde sabonetes em barra, líquidos, syndets, cleansing oils até loções de limpeza. Então, para fazer a escolha correta para o seu tipo de pele, é necessário conhecer suas necessidades e as principais diferenças entre eles.

“O pH de uma pele saudável é próximo a 5,5 e é essencial que ele se mantenha neste nível para inibir o crescimento de micro-organismos como bactérias que podem causar infecções. Também para que forme uma barreira eficaz impedindo a permeação de substâncias estranhas”, explica a especialista.

No entanto, a pele oleosa tem um nível de pH superior a 7 sendo considerada uma pele alcalina com brilho intenso, poros dilatados e com cravos e espinhas. Por este motivo, no verão essa pele precisa de cuidados extras durante a sua limpeza com produtos específicos. O objetivo é conquistar um aspecto sequinho, luminoso e saudável.

O pH ideal para cada pele
Durante a estação pode parecer que a exposição solar, a curto prazo, seque as acnes, mas o efeito rebote vem logo depois. “As glândulas sebáceas começam a produzir mais óleo para evitar o ressecamento, o que piora o quadro de quem tem a pele acneica e oleosa. De acordo com estudos quem tem acne, deve evitar o uso de sabonetes com pH ligeiramente acima do ideal, em torno de 6.5. Isso porque o produto tende a promover uma piora expressiva no número e tamanho das lesões, ao mesmo tempo em que é observado um aumento exponencial da quantidade de Cutibacterium acnes, bactéria responsável pelo desenvolvimento desta doença de pele. Assim, o ideal é utilizar produtos com ação antioxidante e com poder de reduzir a formação de radicais livres”, informa a mestre em Ciências Farmacêuticas.

Além disso, indivíduos com determinadas doenças dermatológicas, como a dermatite atópica, por exemplo, possuem uma alteração na produção de uma proteína que é responsável pela manutenção do pH fisiológico. Isso proporciona o ressecamento, infecções e outros sintomas desconfortáveis. Por isso, essas pessoas devem utilizar sabonetes com pH mais próximos da pele.  “Estudos ainda apontam que mesmo peles ‘normais’, sem a doença, levam até mais de três horas para regular o pH após a utilização de um sabonete com pH próximo a 10. Para estes pacientes, que naturalmente já têm dificuldade de regular um parâmetro tão importante para a saúde da pele, tudo fica bem mais complicado”, ressalta Karina Soeiro.

Os diferentes tipos de sabonete
De acordo com a especialista,  os produtos feitos especialmente para cada tipo de pele contém outros ativos benéficos que ajudam a mantê-la sempre saudável. Confira e entenda as principais diferenças entre eles:

Sabonete em barra
“O processo químico que resulta na formação do sabão de lavar roupa é o mesmo do clássico sabonete em barra que utilizamos no nosso banho. Nada mais é que a reação entre uma gordura que pode ser de origem animal ou vegetal, com uma base forte, formando sabão e glicerina. A grande questão do sabonete em barra feito por este processo é o pH deste produto: como a utilização de uma base forte – a soda cáustica – para que esta reação química ocorra, o produto resultante dela possui um pH extremamente alto, entre 9 e 11, o que é muito diferente do pH fisiológico”, detalha Karina.

Syndet
Os syndets são agentes de limpeza que possuem um aspecto muito parecido com os sabonetes tradicionais. Porém, ao invés do sabão ser feito pelo tradicional processo de saponificação, a sua formulação é feita utilizando um tensoativo (“detergente”) não proveniente desta reação química, o que permite que o pH do produto seja próximo ao pH fisiológico, explica a especialista. Por isso, esta é uma melhor opção para peles sensíveis ou quando a intenção for a limpeza associada a um ácido, como um sabonete contendo ácido glicólico, por exemplo. “Hoje são poucas as opções de syndet no mercado brasileiro e as versões contendo insumos ativos estão disponíveis somente em farmácias de manipulação”, informa.

Sabonetes líquidos
Os sabonetes líquidos em geral são produzidos com tensoativos sintéticos. Portanto, o pH é mais equilibrado neste tipo de produto, afirma Karina. Porém, a especialista alerta que o pH não é o único vilão das peles sensíveis e com algum tipo de problema dermatológico: o tipo e a concentração do tensoativo, responsável pela limpeza, e a utilização de substâncias que diminuam o impacto da remoção da gordura na pele, como adição de emoliente e hidratantes (como óleos, manteiga e glicerina) na formulação, interferem e muito a suavidade do produto. 

“Um jeito fácil de identificar a presença dos tensoativos mais agressivos na composição é olhar no rótulo e buscar por Lauril sulfato ou Lauril éter sulfato de sódio. Já a presença dos emolientes trazem um efeito oposto, diminuem a agressividade do agente de limpeza e trazem hidratação e maciez à pele”, aconselha.

Cleansing oils e loções de limpeza
“Estes são os produtos mais indicados para peles sensíveis, desidratadas ou com doenças dermatológicas. Isso porque eles levam em sua composição os detergentes mais suaves e uma boa carga de agentes hidratantes. Além disso, sem dúvida alguma são os que mais preservam a função barreira da nossa pele”, finaliza Karina.

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